O ciclo de Fernando Diniz no Cruzeiro parece estar próximo de um ponto final. Após uma sequência de desempenhos abaixo do esperado e pressão crescente por parte da torcida e da diretoria, o técnico enfrenta um ultimato que só poderá ser revertido com uma improvável série de vitórias. A relação entre o treinador e o clube, construída com base em promessas de um futebol moderno e consistente, se deteriora a cada tropeço, expondo os limites de paciência de todos os envolvidos.
Um cenário de cobranças e resultados ruins
O desempenho do Cruzeiro em 2025 tem sido decepcionante. Em cinco jogos, apenas uma vitória foi conquistada, contra o Tombense, e ainda assim com o time reserva. Com titulares, os números são alarmantes: três empates e uma derrota. A pressão, que já vinha do final de 2024, aumentou consideravelmente após a equipe deixar escapar a vaga na Libertadores e perder a final da Sul-Americana.
A derrota nos detalhes e os questionamentos sobre escolhas táticas e escalações nas decisões colocaram em xeque o projeto liderado por Diniz. Mesmo com seu discurso de que resultados imediatos não deveriam ser a única métrica de avaliação, a realidade do futebol brasileiro, como ele mesmo reconhece, não permite tempo para longos processos de adaptação.
O fio de esperança
Apesar das adversidades, Diniz insiste que o Cruzeiro tem margem para evolução. A entrada de jovens como Jonathan Jesus e ajustes no elenco deram sinais de melhora em determinados momentos, mas a irregularidade persiste. Contra o Betim, o time evitou a derrota com um gol salvador de Lautaro Díaz, que entrou em campo por conta de uma substituição forçada. O empate, no entanto, foi insuficiente para acalmar os ânimos.
Os bastidores apontam que a relação entre treinador e diretoria está no limite. Reuniões no vestiário e a insatisfação dos torcedores refletem o momento crítico do clube. Para reverter o cenário, Diniz precisa de uma resposta rápida e contundente, começando pelo próximo jogo contra o Itabirito.
O peso do próximo desafio
Com apenas 35% de aproveitamento em 20 jogos, Fernando Diniz encara no duelo contra o Itabirito um verdadeiro divisor de águas. A pressão será enorme, tanto para ele quanto para o elenco, e apenas uma vitória convincente poderá afastar, ao menos temporariamente, o espectro da demissão.
A missão é difícil, mas não impossível. Caso o time consiga engatar uma sequência de resultados positivos e mostre evolução em campo, a narrativa pode mudar. No entanto, o cenário atual aponta para a iminência de uma troca no comando técnico, caso a situação permaneça como está.
O futuro de Diniz no Cruzeiro será definido nas próximas semanas, e, para ele, cada jogo será uma final. A dúvida que fica é se haverá tempo suficiente para que o técnico implemente seu modelo de jogo ou se o projeto será mais uma vítima da impaciência estrutural do futebol brasileiro.