Na noite gelada de Curitiba, nesta quinta-feira, em plena Arena da Baixada, diante de 26.026 torcedores, o Athletico recebeu o Sportivo Ameliano, que vinha de 3 derrotas consecutivas no Campeonato Paraguaio. A equipe brasileira só dependia de si para chegar às oitavas de final como melhor campanha da competição e encurtar seu caminho até a final, mas o que vimos em campo foi um Furacão que nada lembrou o fenômeno da natureza.
Dependendo só de si para seguir com o caminho mais fácil e mais curto, o Rubro-Negro paranaense conseguiu se complicar, perdendo também para si mesmo. Muito superior tecnicamente, o time brasileiro mostrou durante toda a partida que poderia vencer com facilidade, mas não ajudou com a lógica técnica que se esperava: pouca intensidade, pouca criatividade e, principalmente, pouca vontade e interesse de matar o jogo que se desenhava fácil no primeiro tempo.
O Athletico pouco criou. Nas chances que teve, Alex Santana e Mastriani chegaram a furar a bola. Santana, inclusive, perdeu um gol inacreditável logo após o gol sofrido. Pablo, em outro lance, estava impedido e atrapalhou Santana em posição legal na hora da finalização, desperdiçando uma grande chance. Canobbio desperdiçou chutando em cima do zagueiro que tirou em cima da linha, mas a bola só entrou mesmo nas redes do goleiro Bento, que aos 16 minutos viu o lateral Esquivel falhar feio e deixar o atacante paraguaio Richard Torales fazer o gol da vitória do time de Assunção.
A impressão que se teve do time é a mesma das outras partidas da primeira fase da Sul-Americana: superioridade demais na teoria, que parece ter criado nos jogadores uma falsa confiança de que os resultados aconteceriam sem esforço. No grupo mais fácil da competição, com equipes de nível técnico muito inferiores ao Furacão, a equipe paranaense termina essa primeira fase na segunda colocação e sendo obrigada a disputar uma fase a mais contra um terceiro lugar vindo da Libertadores.
Esse adversário será o Cerro Porteño, líder do campeonato paraguaio e maior clube do país ao lado do Olímpia. Devido à incompetência contra Danubio e Ameliano, o destino resolveu colocar o Athletico pelo caminho mais difícil em busca do tricampeonato e cobrará caro se o Furacão, a partir de agora, não jogar com a seriedade que uma competição internacional merece.
