A gestão Pedrinho tem três grandes missões a cumprir neste mandato. Duas delas, de médio e longo prazo, são primordiais: entregar boa parte da reforma de São Januário concluída e encontrar um investidor à altura das ambições do Vasco. A terceira, de curtíssimo prazo, é montar um time competitivo para a Série A e sonhar com algo nas copas.
A novela da SAF: há real interesse na venda?
Entre todas as questões, a venda da SAF parece a mais nebulosa. Nada indica que o processo será concluído ainda este ano. E se entrar em 2026, ano eleitoral, as chances caem ainda mais. A verdade é que a situação do Vasco não é exatamente um chamariz para investidores. Quem quer se meter nesse imbróglio?
Pior ainda, a impressão que fica não é que os antigos donos da SAF querem retomar o clube. Eles só querem vingança. Vão arrastar a situação pelo maior tempo possível. A menos que surja um bilionário excêntrico disposto a abrir um cheque para cada um e resolver a questão, essa novela está longe do fim.
A dúvida que fica: há, de fato, esforço da diretoria para viabilizar a venda? Não basta apenas manifestar interesse. É preciso buscar investidores ativamente, negociar uma saída com a ACap, apresentar o Vasco como um clube atrativo e encontrar soluções para destravar a arbitragem. Ou estão apenas esperando que um investidor resolva tudo sozinho, acabe com a disputa judicial e ainda injete milhões no clube?
Reforços: ação ou acomodação?
O desempenho do time em campo é sempre o termômetro da gestão. E até agora, a situação preocupa. O ataque precisa de reforços urgentes, mas todas as negociações têm sido frustradas. O tempo corre e o campo grita.
A pergunta que fica é: o Vasco está tomando todas as medidas para buscar os melhores jogadores disponíveis? Isso envolve não apenas as contratações em si, mas também a estruturação do departamento de futebol, a profissionalização do setor de scouting e a condução ativa de negociações.
Ou a estratégia tem sido simplesmente empregar amigos, esperar que os jogadores caiam do céu, culpar a 777 e bloquear torcedores no Instagram?
Mais do que resultados, a falta de rumo
O vascaíno tem sido paciente – até mais do que com gestões anteriores. Mas essa paciência precisa ser alimentada por uma esperança, nem que seja aquela ilusão amiga que todo torcedor gosta de ter de vez em quando.
O problema não é apenas a falta de reforços ou a demora nas decisões. O que mais preocupa é a sensação de que a diretoria não conseguirá entregar resultados nem no curto, nem no médio prazo. E se a confiança na gestão se esvair, o tempo – que já está contra o Vasco – pode se tornar o maior inimigo do clube.