Boicote anunciado e clima político tenso
O Irã decide boicotar sorteio da Copa de 2026 depois que parte da sua delegação teve a entrada negada nos Estados Unidos. O episódio, embora esperado por muitos analistas internacionais, ganhou força após o governo americano rejeitar vistos de nomes centrais da federação iraniana. Essa recusa, segundo os iranianos, extrapola totalmente o campo esportivo.
O porta-voz Amir Mehdi Alavi afirmou que a delegação não participará do evento e explicou que as decisões tomadas prejudicam o futebol. Além disso, a federação comunicou à Fifa que a situação representa interferência política. A posição iraniana, portanto, virou um gesto de protesto. Embora alguns membros tenham conseguido autorização, a delegação considerou injusto viajar com o grupo incompleto.
Negativas de visto e pressão sobre a Fifa
De acordo com jornais locais, apenas quatro integrantes receberam permissão para entrar no país-sede do sorteio. Entre eles estão o técnico Amir Ghalenoei e o próprio porta-voz. No entanto, o presidente da federação, Mehdi Taj, foi barrado. Ele declarou que informou Gianni Infantino sobre o caráter político da decisão americana. Além disso, pediu que a Fifa interviesse para evitar “tratamentos discriminatórios”.
Apesar desse pedido, nada mudou. A delegação preferiu manter a unidade. Assim, decidiu não comparecer ao sorteio. O gesto, embora simbólico, expõe novamente a longa tensão entre Washington e Teerã. Essa relação, historicamente marcada por rupturas e desconfianças mútuas, piorou ainda mais em 2024 após novos ataques americanos a instalações iranianas.
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Histórico de atritos entre os países
O episódio não é isolado. Ao longo dos últimos anos, diferentes atletas e diplomatas iranianos sofreram entraves para entrar em território americano. A equipe iraniana de polo, por exemplo, não recebeu visto para disputar o Mundial da modalidade. Além disso, diplomatas foram impedidos de chegar à Assembleia Geral da ONU.
Até jogadores de elite convivem com barreiras. O atacante Mehdi Taremi, quando estava na Inter de Milão, não conseguiu disputar o Mundial de Clubes nos Estados Unidos. Embora não tenha sido por falta de visto, ele ficou bloqueado no espaço aéreo iraniano após ataques a Israel. Isso impediu sua viagem.
Um Mundial que já nasce politizado
O Mundial de 2026, dividido entre Estados Unidos, Canadá e México, começa marcado por disputas que ultrapassam o futebol. A ausência da delegação iraniana no sorteio simboliza esse clima. Além disso, reforça como as tensões globais podem atravessar até os palcos esportivos.
Enquanto isso, a Fifa tenta manter o evento distante de conflitos diplomáticos. Contudo, a entidade vê seu discurso desabar sempre que políticas internas de países-sede atingem delegações estrangeiras. Assim, o caso do Irã reacende o debate sobre neutralidade esportiva.
O que esperar daqui para frente?
A decisão iraniana não altera sua participação esportiva no Mundial. Entretanto, deixa claro que problemas diplomáticos continuarão afetando o torneio. Além disso, pressiona a Fifa a discutir critérios para países-sede em futuras competições.
O gesto do Irã, portanto, funciona como alerta. Ele mostra que o futebol permanece atravessado por disputas globais. E sugere que o caminho até 2026 será, mais uma vez, turbulento.
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