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Relatório do Oberaxe expõe ódio no futebol espanhol

O Observatório Espanhol do Racismo e da Xenofobia calcula que o atleta do Barcelona concentra 60% dos episódios de assédio, enquanto Vinicius, do Real Madrid, responde por 29% desses ataques.

Por

Gideão Souza

Foto: Instagram/ Lamine Yamal

O novo relatório do Observatório Espanhol do Racismo e da Xenofobia ( Oberaxe) colocou luz sobre um problema que cresce nas sombras digitais. De acordo com o documento, Lamine Yamal aparece como o atleta mais atacado nas redes sociais, e isso ocorre com uma distância assustadora para qualquer outro jogador. O jovem, um talento de apenas 18 anos formado no Barcelona, concentra 60% das mensagens catalogadas como delitos de ódio no estudo. Além disso, sua origem diversa se transforma em combustível para ataques que revelam preconceitos profundamente enraizados.

Vinícius Júnior surge como o segundo atleta mais visado, com 29%. O brasileiro, que já se tornou símbolo da luta contra o racismo no futebol espanhol, enfrenta ondas constantes de ataques. Embora a rivalidade entre Barcelona e Real Madrid influencie o cenário, o relatório indica que o problema é mais amplo. Portanto, a violência verbal ultrapassa o campo esportivo e revela tensões que pertencem ao tecido social.

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Quando os números desmontam narrativas

O documento também destaca outros jogadores alvos de ódio, ainda que em escala menor. Mbappé, recém-chegado ao Real Madrid, aparece com 3%. Alejandro Balde, os irmãos Nico e Iñaki Williams, além de Brahim Díaz, surgem com 2%. Esse conjunto, embora menos expressivo, confirma um padrão: atletas com origem plural seguem sendo provocados, hostilizados e atacados com frequência. Assim, o futebol espelha desigualdades que vão além dos estádios.

O estudo ainda mapeou quais clubes recebem mais ataques. O Real Madrid lidera com 34%, enquanto o Barcelona aparece logo atrás, com 32%. O Valladolid surge com 17%. Valencia, Athletic, Real Sociedad e Atlético completam o ranking. Desse modo, as rivalidades tradicionais se tornam mais tóxicas no ambiente digital.

O Oberaxe, ao reunir esses dados, mostra com clareza como o ódio se normalizou nas redes. Agora, com o problema exposto, o futebol espanhol é obrigado a encarar sua própria ferida social.

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