Da infância ao acervo: uma vida em camisas
Natural de Porto Alegre, Salomão Furer descobriu ainda criança sua paixão por camisas de futebol. Aos seis anos, já preferia ganhar uniformes a brinquedos. Enquanto outras crianças se divertiam com carrinhos, ele se encantava com o futebol. Além disso, pedia camisas a parentes que viajavam, já que, nos anos 1980, era difícil encontrar peças de times de outros estados no Rio Grande do Sul.
Desde cedo, demonstrava olhar atento às raridades. A Seleção de 1982 marcou sua infância com nomes como Zico, Falcão, Sócrates e Roberto Dinamite. Em certo momento, ele encomendou duas camisas do Pelé — uma do Santos e outra da Seleção —, mas ambas foram extraviadas. Como consequência, acabou recebendo de um amigo mineiro uma camisa pós-Copa de 1970 autografada pelo próprio Rei, um verdadeiro tesouro.
Hoje, Furer reúne cerca de seis mil camisas, sendo aproximadamente setecentas da Seleção Brasileira. Entre seus itens estão medalhas, documentos históricos e até um pedaço da grama do estádio de Yokohama, onde o Brasil foi pentacampeão em 2002. Para armazenar tudo, ele dedica um apartamento inteiro ao acervo.

Salomão também recebe, diariamente, mensagens de apaixonados por futebol de diferentes partes do mundo. Além disso, colecionadores da Croácia, Inglaterra e de outros países costumam entrar em contato para pedir sua ajuda na identificação de camisas históricas e também na autenticação de autógrafos de grandes jogadores. Desse modo, esse reconhecimento internacional demonstra não apenas o prestígio de seu acervo, mas também o respeito conquistado por sua dedicação e conhecimento sobre o tema. Por fim, para ele, cada mensagem é uma prova de que sua paixão ultrapassou fronteiras e se transformou, portanto, em referência mundial.
Raridades, paixões e reconhecimento
Entre as peças mais valiosas está a camisa usada por Ronaldo na Copa de 1998. No entanto, uma das que mais o emociona é a camisa do Millonarios, um time de pelada organizado por um porteiro da Band, onde Garrincha jogou. Ainda assim, o colecionador sonha em conseguir uma camisa da Seleção Brasileira usada por Garrincha, considerada um artigo quase impossível de se encontrar.
Além do amor pela Seleção, Salomão nutre uma forte ligação com o Clube Esportivo Aimoré, equipe que passou a acompanhar com ainda mais carinho após se casar nos anos 2000.

Seu acervo já recebeu a visita do árbitro Anderson Daronco, também colecionador. O apresentador Casimiro Miguel, o Cazé, igualmente reconhece e valoriza o trabalho de Salomão, elogiando sua contribuição à história do futebol brasileiro.

Salomão afirma que o que mais deseja é preservar o amor ao futebol e o valor simbólico de cada camisa. Ele pretende, no futuro, abrir um museu para compartilhar seu acervo e inspirar novos apaixonados pelo esporte.
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