O Brasileirão 2025 só tem quatro rodadas e já escancarou a pressão sufocante que ronda os treinadores. Em um cenário que se repete ano após ano, quatro técnicos foram demitidos antes mesmo das equipes engrenarem, confirmando a pouca tolerância com maus resultados.
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A última foi de Ramón Díaz, e talvez tenha sido a mais simbólica. O argentino, que há menos de um mês levantava o troféu do Paulistão com o Corinthians, foi dispensado após a derrota por 2 a 0 para o Fluminense, dentro da Neo Química Arena. A demissão expôs a instabilidade que reina no clube e evidenciou como o título estadual, mesmo que muito comemorado, teve pouco peso diante do fraco desempenho do clube desde o ano passado, principalmente nos mata-matas.
Anteriormente, o Grêmio também optou por desligar seu treinador, Gustavo Quinteros, que já vinha pressionado e não resistiu à goleada sofrida diante do Mirassol. Com apenas uma vitória em quatro jogos, o Tricolor gaúcho estacionou na zona de rebaixamento e decidiu que era hora de mudar. O cenário reforça como o Brasileirão costuma atropelar qualquer plano de médio ou longo prazo.
Antes deles, Mano Menezes também foi vítima do “triturador de treinadores”. A diretoria do Fluminense optou por demiti-lo logo após a derrota na rodada de estreia, alegando a necessidade de uma reformulação imediata. O Flu contratou Renato Gaúcho, que venceu seus primeiros quatro jogos. Pouco depois, o Santos fez o mesmo com Pedro Caixinha, que não conseguiu vencer nas três primeiras rodadas do Brasileirão e perdeu o apoio interno.
Alguns treinadores do Brasileirão seguem na corda bamba
Enquanto isso, outros nomes estão à beira do abismo. Luis Zubeldía, do São Paulo, sente o peso das arquibancadas, embora ainda conte com respaldo da diretoria. No Sport, Pepa acumula três derrotas e virou alvo de protestos.
Já Cuca, no Atlético-MG, ainda não venceu no Brasileirão e reconhece que precisa vencer o quanto antes para evitar que a situação fuja do controle. Até mesmo Fabio Carille, do Vasco, enfrenta desconfiança. Apesar do Cruzmaltino ocupar o sétimo lugar, o desempenho irregular e falhas defensivas recorrentes são motivos de crítica dos vascaínos.
No fim das contas, o Brasileirão segue implacável com os treinadores. Em um ambiente onde o imediatismo reina, a dança das cadeiras dos treinadores é recorrente. O ano passado teve 17 trocas de treinador, número abaixo da média. Desde que o Campeonato Brasileiros se tornou a competição de pontos corridos com 20 clubes, 2010 foi o ano com mais trocas de comandantes, 30 no total.