O Vasco da Gama entra em 2025 com dificuldades financeiras herdadas da gestão da 777 Partners, impactando diretamente a capacidade do clube de investir em reforços. Até o momento, o tempo acertou quatro contratações, todos sem custos de transferência: Tchê Tchê, sem clube desde sua saída do Botafogo, e Daniel Fuzato, Lucas Freitas e Lucas Oliveira, que chegaram por acordos envolvendo divisão de direitos econômicos.
Adotando um discurso de austeridade, o presidente Pedrinho destacou a necessidade de prudência financeira. “De forma estruturada, com respaldo no orçamento, vamos tentar ser assertivos”, afirmou. No entanto, as dívidas acumuladas com jogadores e clubes ainda limitam as movimentações da diretoria nesta janela de transferências.
Dívidas com luvas e pendências internas
O relatório da atual gestão revela que a 777 Partners deixou pendente o pagamento de 82% das contratações, luvas e comissões previstas até maio de 2024. Em maio passado, a dívida com luvas somava R$ 5,4 milhões, e a diretoria decidiu priorizar sua quitação. Até o momento, foram regularizados os valores de atletas como Vegetti, Paulo Henrique, Jair e Galdames. No entanto, jogadores como Payet, Adson e Hugo Moura aguardam o pagamento do restante de suas luvas.
A meta do clube é quitar todos os pagamentos atrasados até junho, o que daria lucro financeiro para investimentos na próxima janela de transferências. Enquanto isso, o Vasco segue trabalhando para honrar os compromissos atuais sem comprometer a estabilidade financeira.
Pendências com clubes dificultam novos investimentos
Além das dívidas internas, o Vasco enfrenta uma série de pendências com outros clubes. Em maio, o valor total dessas dívidas alcançou R$ 51,2 milhões, envolvendo acordos com equipes como Athletico (Hugo Moura), Atlético-MG (Jair e Paulo Henrique), Corinthians (Lucas Piton), Internacional (Palacios), São Paulo (Léo) e RB Bragantino (Praxedes).
A dívida com o RB Bragantino já foi totalmente resolvida, e os pagamentos parciais foram realizados ao Athletico e ao Corinthians. Porém, outros casos ainda estão em negociação, o que impede o clube de direcionar recursos significativos para contratações.
Além disso, o Vasco precisou pagar R$ 3,5 milhões ao Nacional pela contratação de Puma Rodríguez para evitar um imposto de transferência pela FIFA. Situação semelhante ocorre com o Al-Shabab, da Arábia Saudita, que notificou o clube pelo não pagamento de R$ 4,2 milhões por Paulinho. O Vasco também reservou recursos para pagar uma parcela de US$ 1 milhão (R$ 6,1 milhões) ao Newell’s Old Boys, referente à aquisição de Sforza.
Expectativas para o futuro
Apesar das limitações, a diretoria mantém o discurso de austeridade e busca alternativas criativas no mercado para compor o elenco. O foco é construir uma base sólida e evitar riscos que possam comprometer a temporada e o futuro financeiro do clube.