O futebol, dizem por aí, é um jogo de paciência. Alguns preferem a pressa, o ímpeto, a ânsia pelo ataque imediato. Outros, no entanto, dominam a arte da espera. O Flamengo de Filipe Luís mostrou, contra o Vasco, que sabe esperar. E que sabe atacar na hora certa.
Desde o apito inicial, o roteiro parecia claro: o rubro-negro girava a bola na defesa, convidava o Vasco para um jogo perigoso e esperava o espaço aparecer. A torcida vascaína, aflita, gritava por um avanço, um bote certeiro, uma pressão mais intensa. Mas o Flamengo sabia o que estava fazendo. Era um caçador paciente, observando sua presa se desgastar.
E no centro desse xadrez, Gerson. Como um maestro invisível, aparecia sempre onde deveria estar, oferecendo o passe de segurança, a linha de escape, o desafogo necessário. O Vasco corria atrás, mas jamais o encontrava em apuros. Ele estava sempre um pensamento à frente.
O tempo passava e o jogo parecia uma repetição de si mesmo. O Flamengo saía com calma, atraía os marcadores, esperava. Quando o momento chegava, estocava com a precisão de um golpe de esgrima. Foi assim que nasceu o empate, depois a virada. Foi assim que o Vasco foi, pouco a pouco, se desmanchando no gramado.
O futebol tem pressa. Mas o Flamengo não
E é por isso que está na final.