O CADE decidiu prorrogar a investigação de prática de monopólio por parte do Grupo Globo na concorrência pelos direitos de transmissão do Brasileirão dos anos de 2019 a 2024. Em uma ação efetiva, o órgão chegou a enviar 34 ofícios a clubes brasileiros e à Warner Bros Discovery, solicitando informações detalhadas sobre contratos de transmissão do Campeonato Brasileiro entre os anos de 2019 e 2024. A iniciativa buscava esclarecer possíveis práticas que pudessem configurar abuso de poder econômico e retaliações da empresa carioca a quem assinasse com outros grupos de mídia.
A Warner Bros Discovery, em suas interações com a instituição, mencionou a rescisão de um contrato com o Brasileirão devido a “situações ruins” provocadas pela Globo, sem detalhar as circunstâncias. Clubes como São Paulo, Vitória (BA), Vasco e Cuiabá também responderam aos questionamentos do Cade. O Flamengo, especificamente, relatou que suas tentativas de transmitir jogos em seu próprio serviço de streaming em 2020 foram frustradas pela emissora.
A Globo refuta as acusações de monopólio, argumentando que houve uma “pulverização recente dos direitos”. De fato, houve sim uma divisão considerável com relação a briga por transmissões de torneios de futebol nos últimos anos. Canais como o SBT e a Record conseguiram exibir eventos como a Libertadores, Pauklistão, Copa América Campeonato Carioca e a Copa Sul-Americana. Em setembro do ano passado. a emissora do Bispo Edir Macedo fechou a aquisição dos direitos de transmissão do pacote aberto da Liga Forte União para as temporadas de 2025, 2026 e 2027 para a exivição de 38 jogos por ano da Série A na TV aberta. A Record vai pagar em torno de R$ 210 Milhões por ano pelas partidas como mandantes de Athletico-PR, Corinthians, Vasco, Botafogo, Fluminense, Fortaleza e Internacional e terá a compainha do YouTube nas suas transmissões, através da CazéTV. Os horários das transmissões dos jogos na Record serão às 20h nas quartas, colidindo o segundo tempo com os jogos da Globo e aos domingos, às 18h30.