Dia de convocação brasileira é dia de todo brasileiro que se interesse pelo esporte mais amado do mundo virar treinador, e hoje não foi diferente.
A convocação de Tite para os jogos contra Equador e Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2022, deu a sensação que a “panela” para a Copa está praticamente fechada. E é exatamente sobre os critérios duvidosos e ausência de alguns atletas que venho falar no texto de hoje.
Goleiros:
Os goleiros podemos pular, pois com o perdão do trocadilho, Alisson, Ederson e Weverton já parecem ter agarrado as suas vagas com as duas mãos.
Lateral-direito:
A lateral direita levantou a primeira discussão da lista. Na ausência de Danilo por lesão, Daniel Alves voltou a figurar entre os convocados e deixou a impressão de que basta estar empregado para garantir sua camisa amarela. Porém, diferente de outros que falaremos mais a frente, Daniel Alves, apesar da idade, ainda é um dos melhores que temos na posição e conta com a confiança da comissão. A escassez da posição faz com que o treinador tenha apenas três nomes para duas vagas: ambos citados e Emerson Royal, que na minha visão, ainda não provou nada para estar ali.
Zagueiros:
O miolo de zaga talvez seja a posição com menos discussão. Thiago Silva, Marquinhos e Éder Militão carimbaram seus passaportes pro Qatar, e a última vaga restante vem sendo disputada por zagueiros de bom nível, assim como o selecionável da vez, Gabriel Magalhães.
Lateral-esquerdo:
Na outra lateral, a esquerda, vivemos problema parecido com a direita, porém com mais opções. Alex Sandro que é nome certo na lista, nem de longe é unanimidade. Alex Telles foi o escolhido para os próximos jogos, só que com apenas 6 partidas na Premier League com a camisa do Manchester United na temporada, o ex-Porto não atuou como nos tempos de Portugal e virou uma alternativa questionável para a seleção. Outros no radar seriam Guilherme Arana e Renan Lodi. O primeiro ainda não voltou a rotina de treinos com o Atlético-MG, e o segundo ficou de fora por não estar com a vacinação completa.
Meio-campo:
Os volantes pouca mudam no comando de Tite, com exceção da volta de Bruno Guimarães que vem se firmando cada vez mais com a camisa do Lyon. Do meio pra frente que a polêmica é maior. Everton Ribeiro e Philippe Coutinho estão longe de mostrar o seu melhor futebol pelos clubes e mesmo assim seguem sendo lembrados por Tite. É aí que surge a impressão de vaga cativa. O que será preciso para Claudinho, campeão olímpico pela Seleção, Raphael Veiga, bicampeão da Libertadores pelo Palmeiras, e Lucas Moura, líder em gols e assistências do Tottenham na temporada, fazerem para chamar a atenção do atual comandante?
Atacantes:
No ataque vivemos problemas parecidos. Há praticamente dois ciclos de Copa inteiros, Gabriel Jesus não agrada como camisa 9 da seleção, e mesmo assim segue como intocável. Vale ressaltar que também nunca foi titular no City de Pep Guardiola.
Raphinha e Antony conquistam cada vez mais seus espaços com futebol demonstrado em campo. Como deve ser, Matheus Cunha vem tentando aproveitar oportunidades precedidas pelo boa produção no time olímpico visto que enfrenta dificuldades para se firmar com a camisa do Atlético de Madrid. Quem também não se firmou – apesar de útil – mas nada que seja suficiente para figurar entre os convocados é Rodrygo. O ex-menino da Vila ainda é uma promessa e poderia muito bem ter sido preterido por Lucas Moura, por exemplo.
O caso do atual e do ex-rubro-negro são diferentes. Gabriel Barbosa continua sendo um dos principais artilheiros do futebol brasileiro, mas sua fraca passagem na Europa e ainda não convincentes atuações com a camisa da seleção brasileira nos faz questionar se tem nível suficiente para disputar a principal competição da modalidade.
Por outra lado, Vinicius Jr. vive momento iluminado no Real Madrid e é tido por grande parte da imprensa mundial como um dos melhores jogadores da atualidade. O grande problema é que para o pragmático Tite, ainda tem que ter muita calma com o garoto e quando utilizado, cai na mesma armadilha que inutilizou Jesus na Copa de 2018: marcar lateral.
Há muito tempo ouço a frase que seleção é o lugar dos melhores e, mais do que isso, dos que estão melhor. Pois bem, não é isso que vimos nessa convocação. Nosso comandante tem motivo de estar ali e não sou a favor de sua troca, mas parece que ter fracassado em 2018 não o fez aprender que seleção não é clube e os convocados não podem estar ali por “panela”, amizade ou qualquer motivo que não seja futebol praticado.
Torço muito pela nossa seleção e sempre estarei confiante no hexa, mas se a insistência em não termos o nosso melhor permanecer até novembro, temo pelo pior, visto que Copa do Mundo não é Masterchef para panela fazer diferença.
Veja a lista de convocados:
Goleiros: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras)
Laterais: Emerson Royal (Tottenham), Daniel Alves (Barcelona), Alex Sandro (Juventus) e Alex Telles (Manchester United)
Zagueiros: Eder Militão (Real Madrid), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG) e Thiago Silva (Chelsea)
Meias: Fabinho (Liverpool), Paquetá (Lyon), Bruno Guimarães (Lyon), Casemiro (Real Madrid), Fred (Manchester United), Gerson (Olympique de Marselha), Everton Ribeiro (Flamengo) e Philippe Coutinho (Aston Villa)
Atacantes: Antony (Ajax), Gabigol (Flamengo), Gabriel Jesus (Manchester City), Matheus Cunha (Atlético de Madri), Raphinha (Leeds), Rodrygo (Real Madrid) e Vinicius Junior (Real Madrid)
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