O Guangzhou FC, antigo Guangzhou Evergrande teve sua licença negada pela Liga Chinesa e encerrou suas atividades profissionais. A causa desse encerramento foi o agravamento da crise econômica iniciada em 2021, segundo a imprensa local.
Duas vezes campeão asiático (2013 e 2015) e maior vencedor do Campeonato Chinês, com oito títulos entre 2011 e 2019, o antes poderoso Guangzhou FC teve sua licença negada nesta segunda-feira pela Federação Chinesa de Futebol, por não cumprir os requisitos financeiros necessários, e não poderá disputar a segunda divisão do país.
Ano passado, o Guangzhou ficou em terceiro lugar na segunda divisão e não conseguiu retornar para a elite do futebol chinês. Outros dois clubes também tiveram a licença negada nesta segunda: o Cangzhou Mighty Lions, da primeira divisão, e o Hunan Billows, da terceira. Além destes, o Jiangsu Suning, que conquistou o título do Campeonato Chinês em 2020, também faliu por conta de dívidas em 2021.
Clube das Estrelas
Antes conhecido como Guangzhou Evergrande, o time da região Sul da China foi um dos mais ativos no mercado internacional no início da década passada, aproveitando um momento de expansão do futebol chinês.
O colombiano Jackson Martinez foi o primeiro grande nome do clube, que sempre focou em treinadores estrangeiros, como Marcello Lippi, Fabio Cannavaro e Luiz Felipe Scolari. Felipão dirigiu o Guangzhou entre 2015 e 2017, conquistando um tricampeonato chinês e a Champions Asiática de 2015, entre outros títulos.
O argentino Dario Conca, campeão brasileiro com o Fluminense em 2010, foi o primeiro grande ídolo de uma torcida brasileira a deixar o país para atuar no Guangzhou, movimentação que lhe rendeu o maior salário do mundo, acima de astros como Cristiano Ronaldo e Messi. Outros brasileiros que marcaram a história do clube foram Paulinho, Anderson Talisca, Ricardo Goulart, Alan, Aloísio Boi Bandido, Elkeson, Robinho e Fernandinho.
Decadência do futebol chinês
A decadência dos clubes chineses começou após regras da Liga Chinesa, que proibiram as equipes de manterem empresas ou patrocinadores em seus nomes, ocasionando a debandada de empresas. A CFA também introduziu regras rígidas para limitar o valor das transferências e dos salários dos jogadores.
O Guangzhou começou a declinar depois da saída da empresa Evergrande. A poderosa imobiliária decretou falência no início de 2024. A empresa já tinha perdido o controle do clube em 2021, com a pandemia de covid-19, após venda a um grupo de investidores. Nos últimos anos, o Guangzhou sobreviveu com muitas dificuldades.