José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ex-governador de São Paulo, morreu na madrugada de hoje , aos 93 anos. Figura emblemática tanto no meio político quanto no esportivo, Marin teve uma trajetória marcada por altos cargos e também por escândalos de corrupção internacional.
Marin presidiu a CBF entre 2012 e 2015, período em que o futebol brasileiro enfrentou uma das maiores crises institucionais de sua história. Em sua gestão, o cartola se viu envolvido no escândalo de corrupção que abalou a FIFA, investigado pela operação conduzida pelo FBI. Em 2015, ele foi preso na Suíça e posteriormente extraditado para os Estados Unidos, onde foi julgado e condenado por corrupção, fraude bancária e lavagem de dinheiro em esquemas ligados à venda de direitos de transmissão de competições esportivas. Em 2018, a Justiça americana o sentenciou a quatro anos de prisão, além da imposição de multas e confisco de valores. Marin foi libertado em 2020, após cumprir parte da pena.
Antes de sua atuação no futebol, Marin teve uma carreira consolidada na política. Foi vice-governador de São Paulo de 1979 a 1982 e assumiu o governo do estado entre 1982 e 1983, após a renúncia de Paulo Maluf, que deixou o cargo para disputar a Prefeitura de São Paulo.
Natural de São Paulo, José Maria Marin nasceu em 6 de maio de 1932, filho do imigrante espanhol Joaquín Marín. Formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 1955 e também teve passagem como jogador de futebol. Atuou como ponta-direita do São Paulo Futebol Clube na década de 1950, antes de ingressar na carreira política.
Marin ainda presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988 e foi o chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. A morte de Marin encerra uma trajetória complexa e controversa, que transitou entre o esporte e a política brasileira ao longo de mais de seis décadas. O velório está previsto para acontecer nesta tarde na capital paulista, das 13h às 16h, no bairro da Bela Vista.