Chegou a hora! Nesta quarta-feira temos em jogo único, a semifinal da Supercopa da Espanha: Barcelona e Real Madrid. Neste artigo, iremos mergulhar no entorno desse grande duelo que depois de muito tempo pode se caracterizar como o mais desequilibrado dos últimos jogos. A partir de agora, vamos entender como chegam e quais são as expectativas das duas equipes para a primeira semifinal, valendo vaga na decisão para encarar Atlético de Madrid ou Athletic Bilbao, que se enfrentam na quinta.
O FC Barcelona, chega para “El Clásico” com um ar de decepção, porém vislumbra uma luz no fim do túnel: desde a chegada de Xavi, que substituiu Ronald Koeman, pode se dizer que a torcida começa entender o processo de reformulação que o clube passa e confia no trabalho de um dos maiores jogadores da história do clube catalão, que começa a fazer algo que impressiona. So alguém com essa história poderia entender as necessidades do time e fazer as mudanças necessárias no modelo de jogo atual do Barça.
No que tange a questão tática, Xavi mantém o 4-3-3 que o torcedor do Culé se acostumou a ver, porém faz uma variação de jogo clara, para um 3-5-2 ou até um 3-4-3 em alguns momentos, com um zagueiro partindo sempre da lateral para uma saída de 3 zagueiros com a bola. Essa construção proporciona ao ponta, pelo lado direito, atuar como um ala com a bola, ora dando amplitude, ora armando as jogadas.
Pelo lado esquerdo, Jordi Alba, lateral que atua praticamente como ala em boa parte do jogo, dá amplitude e agressividade pela canhota, fechando quase que como ponta ou até atacante pelo lado esquerdo. Nesse sistema, peça fundamental é Daniel Alves. O Brasileiro é o cara que faz a variação de jogo e a engrenagem funcionar, atuando no jogo de posição ora como meia por dentro, ora como ala, sendo o cara da liderança e da experiência, para a garotada das canteiras, a qual Xavi tem utilizado seja por necessidade ou por opção. Claramente, o Barcelona já demonstra em seus jogos uma clara evolução tática e técnica, porém os resultados ainda não são positivos, trazendo finalmente uma nova cara ao jogo de posição que o torcedor Blaugrano tanto é acostumado, contudo, sem perder o DNA ofensivo do time.
Como falamos de experiência, além dela, Xavi tem utilizado jogadores jovens, como a sensação Gavi, (já presente na seleção espanhola de Luis Enrique) que faz de forma brilhante com De Jong, o papel da circulação de bola no meio campo, não deixando de ter chegada para finalização. Outro jogador jovem que já destaca é Ferran Juntgla, ponta que fecha muito bem como segundo atacante na área. O garoto gosta da individualidade e tem contribuído positivamente para o Barça, assim como Ezauzouli, Akromach e outras revelações. Estes, juntamente com a realidade Ansu Fati e o ainda incógnita Dembele, tentam trazer na batuta de Xavi, a esperança de um novo Barcelona, em que o principal objetivo é voltar a Liga dos Campeões na próxima temporada. A proposta é montar, a longo prazo um time competitivo.
Além disso, há de salientar que Xavi consegue transformar jogadores desacreditados em protagonistas, como Dembele, que desempenhou papel importantíssimo para a classificação na Copa do Rei contra o modesto Linares, entrando e sendo decisivo, e Luuk de Jong, que já tem 2 gols em 2 jogos em La Liga. Por último, cabe mencionar que o Barcelona ainda sofre com casos de Covid, o que dificulta o trabalho de Xavi.
O Barça chega a semifinal da Supercopa, com uma vitória diante do Mallorca, com direito a Ter Stegen protagonista. O Barcelona também conquistou a classificação frente ao Linares, na Copa do Rei, com Dembele decisivo e acabou cedendo o empate no final, na partida contra o Granada, na La Liga, porém com espetacular deempenho de Dani Alves, que fazia sua reestreia na competição.
Já o adversário, Real Madrid tem todos os motivos para acreditar que é o grande favorito. Consolidado num 4-1-4-1 sem a bola, e num 4-3-3 fechado, que varia a um 4-4-2 com a bola, os merengues tem motivos para crer que tem a melhor dupla de ataque da Europa, com Benzema que chegou a 300 gols com a camisa do Madrid e com “Vini Malvadeza” que é simplesmente a sensação da Espanha e talvez da Europa. Hoje ele não apenas é um jogador de uma nota só. Ora como ponta, ora como segundo atacante, com Ancelotti, se tornou completo em sua característica. Vinícius também é extremamente importante técnica e taticamente no Madrid, estando recuperado da Covid e em plena forma. Foi decisivo na vitória do Real contra o Valencia por 4 a 1, no Bernabéu, com 2 gols.
Ainda com um Hazard longe do esperado, mais com Kross e Modric em alto nível, os Merengues tem uma forma de jogo muito segura, defendendo e usando a verticalidade de Vini Jr. O Real Madrid é líder na Espanha com folga e vê ameaça longe apenas do Sevilla. Liderado por Ancelotti, que potencializou o futebol dos Merengues, resolveu problemas do time de Zidane e renovou a confiança do torcedor.
Claramente, hoje temos um Madrid mais pronto e um Barcelona em total reconstrução, restando claro que as duas equipes ainda sofrem os impactos da pandemia, com jogadores voltando após contraírem a Covid. Quais são as suas expectativas para essa partida?
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