Amanhã, sábado, 29 de novembro, às 18h no horário de Brasília, Flamengo e Palmeiras decidem a Libertadores de 2025 no Monumental de Lima. Assim, enquanto a expectativa cresce, o continente inteiro volta os olhos para o confronto. Além disso, a partida reúne duas forças que moldaram o futebol recente. Por isso, o duelo simboliza mais do que uma final. Afinal, ele representa o auge de uma transformação profunda iniciada há mais de uma década. Consequentemente, quem levantar a taça alcançará o quarto título continental, será o maior vencedor do Brasil, e portanto, colocará o Brasil lado a lado da Argentina com 25 troféus no total.
A caminhada até aqui revela muito sobre essa transformação. O Palmeiras virou a série semifinal contra a LDU depois de perder por 3 a 0 em Quito e vencer por 4 a 0 em São Paulo, um feito que impulsionou a confiança do elenco. Já o Flamengo chegou após eliminar Estudiantes nos pênaltis e superar o Racing na semifinal, ambos fora do Rio. A diferença é que, agora, Filipe Luís precisa lidar com ausências importantes. O time não contará com Pedro, seu principal atacante da temporada. Léo Ortiz ainda é dúvida. Gonzalo Plata está fora por causa da expulsão infantil contra o Racing. Mesmo assim, Bruno Henrique vive um momento decisivo com seis gols nos últimos seis jogos e mantém a esperança rubro-negra.
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A década que mudou tudo
Esta final representa mais do que continuidade da hegemonia brasileira. Ela marca o auge de um processo que transformou Palmeiras e Flamengo em superclubes. Ambos alteraram o mercado de transferências, o equilíbrio competitivo e até o padrão de investimento da região. Essa mudança começou com estrutura, prosseguiu com ambição e ganhou força graças à capacidade de arrecadar e reinvestir.
No caso palmeirense, o efeito foi avassalador. A base revelou talentos que renderam grandes cifras. O clube lucrou com jogadores como Estêvão, Endrick, Vitor Reis, Luis Guilherme, Danilo, Gabriel Veron e Kevin. Apenas os bônus dessas vendas geraram mais de R$ 1,3 bilhão ao Palmeiras. Esse ciclo financeiro ajudou a criar um ambiente estável para Abel Ferreira. O técnico recebe cerca de R$ 42 milhões por ano, valor maior do que o salário de vários treinadores que atuam na Europa, o que reforça o peso da operação alviverde.
Enquanto isso, o Flamengo vive a força de um elenco profundo, uma torcida que move o clube. Ficou mais que evidenciado isso no ”AeroFla”, que reuniu milhares de Rubro- Negros as ruas, e um modelo de gestão que ampliou receitas. Mesmo com desfalques, a equipe chega forte graças ao desempenho de Bruno Henrique e à versatilidade ofensiva construída durante a temporada. O time também chega pressionado pela disputa direta do Brasileirão. O Flamengo lidera com cinco pontos de vantagem sobre o Palmeiras, que não venceu nos últimos cinco jogos.
O Flamengo chega mais preparado para a final, sustentado por um pouco mais de confiança. Além disso, conta com o melhor jogador do Campeonato Brasileiro nesta temporada, Arrascaeta. Embora seja um meia de criação, ele vive seu melhor ano com a camisa rubro-negra e já soma 18 gols no Brasileirão.
A logística que pesa
Desde a adoção da final em jogo único em 2019, viajar ficou mais caro para o torcedor sul-americano. Mesmo assim, o Monumental terá casa cheia amanhã, com expectativa de quase 80 mil pessoas. Lima vive um estado de emergência de 30 dias, mas a Conmebol manteve a partida após reforçar protocolos e garantir segurança. A organização enfrentou desafios, porém o clima de decisão levou torcedores de todo o continente ao Peru.
Amanhã, quando a bola rolar, não será apenas uma final. Será o encontro de duas eras, dois projetos e duas histórias que mudaram o futebol do continente.
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