A Justiça do Rio de Janeiro rejeitou os recursos apresentados pela SAF e pela 777 Partners, mantendo o controle do futebol do Vasco da Gama sob o comando do modelo associativo. A decisão foi proferida pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e representa um marco significativo na recente disputa pelo comando do clube.
A decisão liminar, assinada pelo juiz Paulo Assed Estefan, suspende todos os efeitos dos contratos de acionistas e de investimentos firmados com a 777 Partners, afastando a empresa americana do comando da SAF (Sociedade Anônima de Futebol). Entre os motivos apontados pela Justiça estão o atraso nos aportes financeiros prometidos pela 777 Partners e operações consideradas prejudiciais para os objetivos da SAF. Além disso, notícias sobre a situação financeira instável da 777 Partners fortaleceram a decisão judicial.
O clube associativo, liderado pelo presidente Pedrinho, ex-jogador do Vasco, alegou que a medida judicial é necessária para proteger o patrimônio do Vasco. A diretoria expressou preocupações sobre a capacidade da 777 de cumprir com seus compromissos financeiros, destacando riscos de penhora das ações do clube e outras incertezas jurídicas que poderiam comprometer a estabilidade da SAF. A decisão judicial determina que os conselheiros indicados pela 777 sejam substituídos por conselheiros indicados pelo Vasco.
A 777 Partners, que adquiriu 70% das ações da SAF do Vasco em setembro de 2022 por cerca de R$ 700 milhões, prometeu eliminar as dívidas do clube e investir no futebol. No entanto, a empresa enfrenta dificuldades financeiras e acusações de fraude, o que afeta sua credibilidade e operação não apenas no Brasil, mas também em outros países onde possui clubes de futebol, como Bélgica, Espanha, Alemanha e Itália.
A decisão de afastar a 777 do controle da SAF do Vasco causou reações mistas entre os torcedores. Enquanto alguns comemoram a volta ao modelo associativo, outros expressam preocupação com a capacidade do clube de se manter competitivo sem os investimentos prometidos pelo fundo americano. A situação financeira do clube continua sendo um ponto de tensão, especialmente após uma temporada com desempenho esportivo bem abaixo do esperado.
A manutenção do controle do futebol do Vasco pelo modelo associativo representa um movimento para garantir a segurança financeira e operacional do clube no longo prazo. A decisão judicial visa evitar riscos associados à crise financeira da 777 Partners e manter o foco na estabilidade e viabilidade da SAF dentro do Gigante da Colina, preservando o futuro do Vasco da Gama.