A temporada do Santos, sob o comando de Pedro Caixinha, vive uma montanha-russa de expectativas. Enquanto o treinador apresenta uma filosofia clara e promissora, com pilares de jogo bem definidos, a equipe tem encontrado dificuldades para traduzir essas ideias em resultados práticos no campo. O primeiro tempo contra o Mirassol, com o Santos apresentando um futebol de alta intensidade, foi um vislumbre do que poderia ser o estilo de Caixinha, mas, nos jogos seguintes, a realidade foi bem diferente, com uma equipe mais reativa, desorganizada e propensa a erros.
A derrota para o Velo Clube, na segunda rodada do Campeonato Paulista, deixou mais evidente a fragilidade do time. Apesar de ter dominado o jogo no primeiro tempo, o Santos não conseguiu traduzir posse de bola em oportunidades reais de gol, falhando na criatividade e na agressividade. Já no segundo tempo, a pressão do Velo Clube se transformou em gols, um reflexo da falta de capacidade de reação do Peixe, que, além de não conseguir reverter a desvantagem, ainda sofreu o segundo gol em uma bola parada, um ponto crítico que vem sendo repetidamente explorado pelos adversários.
Os quatro pilares de Caixinha e a falta de execução
Pedro Caixinha chegou ao Santos com um projeto baseado em quatro pilares: dominar a posse de bola, atacar rapidamente após a perda, buscar a recuperação da bola o mais rápido possível e usar o primeiro passe sempre para frente. No entanto, essa filosofia ainda não se reflete consistentemente nas performances da equipe. O time tem mostrado dificuldades em ser competitivo, com um sistema defensivo vulnerável, especialmente em lances de bola parada, e um meio de campo que não consegue se impor para criar jogadas ofensivas.
O Santos precisa urgentemente mostrar evolução. O elenco, mesmo sem reforços de peso, tem potencial para entregar mais do que tem sido visto até agora. Caixinha tem a confiança da diretoria, que aposta em um trabalho a médio e longo prazo, mas no futebol brasileiro, resultados são exigidos com uma rapidez muito maior. O time precisa ser mais competitivo, reagir e se reerguer logo, pois a temporada está apenas começando e o risco de um início complicado no estadual já é palpável.
O peso da falta de reforços e o planejamento da diretoria
O planejamento atrasado da diretoria também pesa, especialmente no que diz respeito à falta de reforços que se encaixem na proposta de Caixinha. A cobrança por reforços deve ser dirigida à gestão, que precisa agir rapidamente para suprir as lacunas no elenco. A combinação de um elenco que ainda precisa de ajustes e um treinador tentando implementar uma filosofia de jogo exige mais tempo de trabalho, mas os resultados precisam aparecer agora, antes que a confiança da torcida e da diretoria comece a ser comprometida.
O Santos está em um momento decisivo. A perda de pontos nas primeiras rodadas do estadual não pode se transformar em uma bola de neve, e a promessa de uma reviravolta precisa ser cumprida rapidamente. Se o time não se reorganizar, a temporada pode se tornar uma corrida contra o tempo, e os pilares de Caixinha podem começar a ruir.
