De uma atuação irreconhecível a um flashback de 2019; assim foram as duas primeiras partidas de Renato Gaúcho a frente do Flamengo.
Apesar da vitória sofre o Defensa y Justicia pela Libertadores na última quarta-feira, vimos um time ainda sem a cara de Renato, com atuação coletiva e individuais muito abaixo dos habituais e, quando foi necessária a intervenção do treinador, mexidas para recuar o time deixaram o Flamengo ainda mais longe do DNA ofensivo que acostumamos a ver nos últimos anos.
Na partida deste domingo, vimos que um pouco mais de treino e uma boa conversa – e isso Renato faz muito bem – já deu uma nova cara ao rubro-negro. Sem Rodrigo Caio, Bruno Henrique, e ainda a procura do substituto ideal de Gérson, o Flamengo vai para o segundo jogo sem levar gols e elevando o nível de confiança dos questionados, Gustavo Henrique e Léo Pereira.
Durante um determinado momento, a ida de Willian Arão para a zaga foi uma boa solução e realmente funcionou com Rogério Ceni, porém manter o jogador à todo custo fora de sua posição habitual reforçou a teimosia do ex-treinador e ficou ainda mais evidente quando, ao lado de Diego, Arão volta a ser volante e melhora muito a saída de bola do time, além de reforçar o poder de marcação, fazendo por vezes, o papel de líbero entre os zagueiros.
Outro que teve uma atuação destacada e que, aparentemente, passa pela nova mentalidade do treinador, foi Maurício Isla. O lateral eleito melhor jogador da posição na Copa América 2021, se mostrou muito mais eficiente tanto na marcação quanto nas chegadas a frente, onde deixou Diego na cara do gol e deu a assistência para o segundo gol de Gabigol.
Falando em Gabigol… O que falar do camisa 9 rubro-negro?
Ao contrário do chileno, o ex-menino da Vila “decepcionou” com a camisa da seleção brasileira, mas voltou ao Flamengo e se mostrou mais a vontade do que nunca com o manto. Um hat-trick para não deixar dúvidas da sua eficiência e importância para o elenco. O atacante chegou a 18 gols em 17 jogos na temporada e ultrapassou Bebeto como segundo maior artilheiro do clube na competição, com 42 gols contra 41 do tetra campeão, ficando apenas atrás de Zico, com 135 tentos. Imagina depois que assistir ao DVD de Renato Gaúcho!
Destaques também para as intervenções cruciais de Diego Alves, que já tinha sido destaque na partida da Libertadores, e para os meias de criação Everton Ribeiro e Arrascaeta, que com mais liberdade para circularem no meio-campo, esbanjaram talento e criatividade para articular as jogadas de ataque da equipe.
Ofensividade, marcação alta, mentalidade vencedora e busca insaciável pelo gol, foram as características vistas no Flamengo de Renato Gaúcho em sua segunda partida pelo clube. Goleada de 5×0 sobre o Bahia, com uma atuação para afastar a desconfiança dos que duvidaram na estreia e digna dos tempos áureos desse elenco, capaz de fazer os torcedores rubro-negros matarem a saudade do futebol envolvente de 2019, sob comando de Jorge Jesus.
Se daqui pra frente o Flamengo mantiver esse nível de atuação, Renato Gaúcho vai poder voltar a dizer, e com toda a razão, que o seu time joga o melhor futebol do Brasil.