A Polícia Civil de São Paulo indiciou o presidente do Corinthians, Augusto Melo, por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, em investigação relacionada ao contrato de patrocínio com a casa de apostas Vai de Bet. Além de Melo, foram indiciados os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura, e o empresário Alex Cassundé, apontado como intermediário do contrato.
Segundo o relatório policial, houve uma ação deliberada para desviar valores do clube, caracterizada como uma “farsa inescrupulosamente engendrada”. A investigação revelou que Cassundé foi incluído no contrato como intermediário fictício, sem participação efetiva nas negociações, com o objetivo de viabilizar o desvio de recursos. Parte dos valores pagos pelo Corinthians à empresa de Cassundé foi transferida para contas de empresas de fachada, incluindo a UJ Futebol Talent Intermediação Ltda, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A defesa de Augusto Melo manifestou-se com “incredulidade e indignação” diante do indiciamento, negando qualquer envolvimento do presidente em irregularidades. Em nota oficial, afirmou que Melo apenas viabilizou o contrato de patrocínio, aprovado por todos os setores competentes do clube. Público de São Paulo, que decidirá sobre o oferecimento de denúncia à Justiça. Caso aceita, os indiciados se tornarão réus em processo judicial.
O caso gerou repercussão interna no clube, com conselheiros convocando uma votação de impeachment de Augusto Melo, prevista para ocorrer após a conclusão das investigações. O contrato com a Vai de Bet, firmado em janeiro de 2024, previa o pagamento de R$ 370 milhões ao Corinthians por três anos de patrocínio máster.
A investigação continua, e o desfecho poderá impactar significativamente a gestão do clube e a carreira de seus dirigentes. Se a maioria dos conselheiros votar “não” ao impeachment no início da semana que vem, o caso é arquivado, e Augusto Melo segue no cargo normalmente. O presidente tem mandato até o fim de 2026.