Em um movimento surpreendente, Edinaldo Rodrigues desistiu oficialmente de reassumir a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão, divulgada nesta segunda-feira, ocorre em meio a uma intensa disputa política nos bastidores da entidade máxima do futebol brasileiro e encerra, ao menos por ora, uma das crises institucionais mais delicadas da história recente da CBF.
Rodrigues, que havia sido afastado temporariamente do cargo por decisão judicial no final de 2023, lutava para reverter a medida e retornar ao comando da entidade. Em março de 2024, ele chegou a obter vitórias jurídicas e apoio público de federações estaduais, além de respaldo da FIFA e da Conmebol, o que indicava uma possível recondução ao cargo. No entanto, nos bastidores, o cenário era mais complexo do que aparentava.
Fontes próximas à CBF afirmam que a desistência está ligada à falta de consenso entre os dirigentes sobre sua volta e ao temor de nova instabilidade institucional. Com o futebol brasileiro se preparando para grandes compromissos internacionais — como a Copa América e as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 —, a pressão por estabilidade e unidade pesou na decisão de Rodrigues. Em nota oficial, Edinaldo afirmou:
“Minha prioridade sempre foi o bem do futebol brasileiro. Após refletir profundamente e ouvir lideranças do esporte, tomei a difícil decisão de não reassumir a presidência da CBF. Acredito que esse gesto abre caminho para um novo momento de pacificação e reconstrução institucional.”
Com a desistência, o presidente interino, José Perdiz, presidente do STJD e nome de consenso entre diferentes alas da CBF, segue no cargo até a realização de novas eleições, previstas para ocorrer ainda em 2025.
A saída definitiva de Edinaldo Rodrigues marca mais um capítulo turbulento em uma entidade que, nas últimas décadas, conviveu com sucessivas crises políticas, disputas judiciais e escândalos de corrupção. Agora, a atenção se volta para a eleição e para os rumos administrativos da CBF, que tenta recuperar credibilidade e estabilidade diante do público, dos clubes e da comunidade internacional do futebol.